Na manhã desta quarta-feira (26), o presidente Jair Bolsonaro criticou a proposta do Renda Brasil apresentada, nessa terça-feira (25), pela equipe econômica chefiada pelo ministro Paulo Guedes. O chefe do Executivo afirmou que solicitou a suspensão do anúncio do super pacote do Pró-Brasil. A declaração ocorreu em Ipatinga, durante a solenidade de religamento do Forno 1 da Usiminas.
“Ontem discutimos a proposta, a possível proposta do programa Renda Brasil. Ontem falei ‘está suspenso’. Vamos voltar a conversar. A proposta como a equipe econômica me apresentou não será enviada ao Parlamento. Não posso tirar dos pobres para dar para paupérrimos. Não podemos fazer isso”, afirmou.

Bolsonaro disse que ouviu propostas como a de utilizar o abono salarial de trabalhadores como uma das fontes para bancar o Renda Brasil, mas recusou a ideia.
“Como por exemplo, a questão do abono para quem ganha até dois salários mínimo. Seria, no caso, um 14º salário. Não podemos tirar isso de 12 milhões de pessoas para dar para um Bolsa Família ou um Renda Brasil, seja lá qual for o nome do novo programa. Ou o Brasil começa a produzir, inicia, de fato, fazer um plano que interesse a nós todos, que é o melhor programa social que existe, o emprego, ou estamos fadados ao fracasso. Não posso fazer milagre e conto com todos os brasileiros para que cada um faça o melhor de si para tirar o Brasil da situação difícil em que se encontra, que não é de hoje”, disse Bolsonaro.
Na proposta inicial de Guedes, o benefício do Renda Brasil, o novo Bolsa Família, teria o valor médio de R$ 247. O presidente por sua vez, espera que o ministro consiga aumentar a proposta, que a exemplo do auxílio emergencial, se bem sucedido, terá impacto positivo na popularidade.
Bolsonaro também não quer assumir o ônus político de tirar benefícios já concedidos a população mais carente para bancar o programa. Resta saber de onde sairá a verba. Uma das propostas do chefe econômico é acabar com as deduções do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF). Ele também vem sugerindo aos interlocutores a extinção de programas sociais considerados ineficientes, como o seguro-defesa e o Farmácia Popular.
Auxílio Emergencial
Em relação ao auxílio emergencial, o presidente Bolsonaro voltou a dizer que a medida será prolongada até dezembro. Contudo, o presidente ressaltou que o governo não poderá seguir indefinidamente com os pagamentos. Ainda ontem, Bolsonaro disse que decidirá até sexta-feira (28), o valor a ser instaurado, que deve ficar entre R$ 250 e R$ 400.
“O Brasil, sem dúvidas, foi um dos países que melhor enfrentou a Covid (COVID-19) com as medidas tomadas, atendendo ao maior número de pessoas que necessitaram, que chegam na casa de 65 milhões de pessoas, onde nós criamos um auxílio emergencial para durar três meses num primeiro instante. Quando chegou no terceiro mês, prorrogamos por mais dois meses. Completamos agora em agosto cinco meses do auxílio emergencial de R$ 600. Isso custa ao país aproximadamente R$$ 50 bilhões por mês. É uma conta pesada”, reforçou.
Além disso, ressaltou que o valor das parcelas não será “nem de R$ 200 e nem de R$ 600. “Sabemos que os R$ 600 é pouco para muita gente que recebe, mas é muito para o país que se endivida. Infelizmente, como é emergencial, temos que dar um ponto final nisso. Não podemos bancar 65 milhões de pessoas com R$ 600, R$ 1200 e algumas até com R$ 1800 por mês. Resolvemos estendê-lo até dezembro, o valor não será R$ 200 e nem R$ 600. Estamos discutindo com a equipe econômica”, concluiu.
Aglomeração em Minas Gerais
Na chegada na cidade de Ipatinga, em Minas Gerais, Bolsonaro voltou a cometer gestos de visitas anteriores a outros estados do país. Sem máscara de proteção e em meio a aglomeração, cumprimentou apoiadores com apertos de mãos, tirou selfies com crianças e distribuiu abraços. As cenas foram publicadas nas redes sociais do presidente. Via Diário de Pernambuco.
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