Após a confirmação de 629 novos casos em 24 horas, o Estado de Pernambuco alcançou, nesta segunda-feira (01), a marca de 300 mil casos da Covid-19 acumulados desde o início da pandemia, que completa oficialmente um ano na próxima semana.
Ao todo, de acordo com o boletim da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), foram 300.104 pessoas infectadas pelo novo coronavírus, 32.499 delas, ou 10,8%, tiveram Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), enquanto 11.007 (3,6%) morreram. Muito mais do que números, são milhares de vidas impactadas por um ciclo de contágio que não tem previsão para terminar.

A notícia chega no momento em que cientistas e autoridades sanitárias consideram o pior momento da pandemia até aqui. Com taxas de ocupação de leitos em cerca de 90% e a descoberta de variantes do vírus, a situação impõe o endurecimento de restrições.
Ainda durante a semana passada, o secretário de Saúde, André Longo, afirmou que já vinha observando uma aceleração nas estatísticas. “É possível que haja a adoção de novas medidas restritivas se nada alterar este quadro”, alertou.
Comparando os cenários das datas em que o Estado bateu as marcas de 100 mil e 200 mil, é possível perceber que os recordes têm sido atingidos em intervalos cada vez menores.
Do primeiro ao centésimo milésimo, demoraram quase cinco meses. Daí para o caso de número 200 mil, foram quatro. Depois, passaram-se nem três meses para chegar à marca atual.
Confira o quadro de evolução da Covid-19:

O pesquisador Jones Albuquerque, do Instituto para Redução de Riscos e Desastres (IRRD) da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), afirmou que essa onda de aumento resulta não somente do comportamento da população, que relaxou nos cuidados nos meses de reabertura das atividades, mas da circulação das novas cepas. A melhora na capacidade de testagem também contribuiu.
“Estamos vivendo com variantes (do vírus) simultâneas. Então, esses últimos 100 mil vêm provavelmente de uma nova infecção”, observou.
Ainda segundo o especialista, os índices de ocupação dos leitos nas unidades de saúde têm crescido de forma constante desde o dia 23 de setembro, poucas semanas após o Feriadão da Independência, quando foram registradas inúmeras cenas de aglomeração em vários locais de lazer.
Um semestre depois, o vírus obriga um novo regime mais rígido. “Até quando a ampliação de leitos vai segurar? Porque, se você abre quatro ou cinco, eles rapidamente se ocupam”, alerta. Via Folha de Pernambuco